A alfavaquinha-de-cobra, conhecida na Bahia e Rio de Janeiro, é uma erva de origem africana que disseminou-se por todo o Brasil.Prolifera em lugares úmidos, sendo encontrada com facilidade em pedreiras, jardins, florestas sombreadas e mesmo em terrenos abandonados e beiras de calçadas.
Conhecida entre os erveiros pelo nome de orirí ou orirí-de-oxum, é fundamental nos rituais de iniciações e obrigações periódicas que ocorrem nos candomblés jejê-ketu, entrando no àgbo de todos os Orixás.
Nome popular: Alfavaquinha de cobra, Orirí.
Nome Científico: Peperomia pellucida (L.)Kunth., Piperaceae
Orixás: Oxalá, Oxum e Orí
Elementos: Água/feminino- Fria
Verger (1992:30,31), citando um mito de Ifá, relata que: “Igbádù é a casa de Odú. Não se pode entrar na casa e olhar o interior, se não se esfregar antes os olhos com água de calma, composta de folha de òdúndún, tètè e rínrín, de limo da costa (karitê) e de água (contida no casco) de um caracol.
Todo babalaô que vai fazer o culto de Orumilá na floresta deve antes adorar Odù, sua esposa no Igbádù se não Orumilá não ouvirá seus pedidos e não saberá que este babalaô é seu filho”.
É interessante notar a relação que essa erva tem com os olhos, seja no plano litúrgico, seja no fitoterápico. No plano litúrgico, ela pertence também a Oxum, que, na qualidade de Opará, é sincretizada com Santa Luzia, sendo ambas protetoras dos olhos. Na medicina popular, as pessoas do interior usam o sumo extraído do caule desse vegetal para combater irritações e inflamações oculares.
Korin Ewé:
Rinrin àtòrì ó
Ó rinrin àtòrì
Ba iyin se ìrùnmalé
Ba iy isà ba ba’ri ba’ro
Bá ísà ba Bàbá k’Òrun
Atá kò ro oju àlà fori kan
Ó rinrin àtòrì Bàbá pèsún.
Pesquisa Livros: Ewé – José Flávio P, de Barros e Hugo Napoleão; Ewé -Pierre Verger
Acervo cultural: Ilé Àse Òsòlúfón Íwìn e Bàbá Fernando D'Òsògìyán.
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